Vozes do Sequestro

Em um país nem tão distante, com suas montanhas profundas, existe uma luta silenciosa e armada.
De um lado o governo, de outro a extrema direita(para militares), e a extrema esquerda tb.(FARCS)
Mas quem sofre de verdade são os civis, em sequestros que duram anos, distantes de suas famílias, em meio a uma floresta úmida, ou encarcerados, cercados por guerrilheiros.
Tudo isso é patrocinado pelo narcotráfico, em ambas facções.
Em meio aos arames farpados, existe a única forma de comunicação entre os sequestrados e seus familiares, um programa chamado Vozes do sequestro.
Indo ao ar todos os dias, para cerca de 735 sequestrados(segundo o Estado, 4.200 segundo o apresentador do programa, jornalista Herbin Hoyos Medina). Ele leva o consolo para os cativos, acalma-os e dá esperança.
A Idéia do programa surgiu quando Herbin Hoyos Medina foi sequestrado, lá ele viu um Senhor de 62 anos, acorrentado a uma arvore, que após descobrir que ele era uma jornalista perguntou, o por quê, dele nada hacer pelos sequestrados, com a outra mão livre ele trocava de estações buscando descobrir o que acontecia no mundo.
O apresentador diz que o programa é, de fato, um reality show por que mostra a realidade, a dor, e a gravidade dessa situação na Colombia.
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"FOLHA - Por que os seqüestradores permitem que os reféns escutem seu programa de rádio?
HOYOS - O programa transmite fé, esperança, otimismo. É comum que seqüestrados entrem em um processo de ensimesmamento, em uma negação do que está vivendo, em um quadro depressivo profundo. Muitos não conseguem comer -como Ingrid Betancourt [ex-candidata à Presidência da Colômbia, seqüestrada há seis anos].
E um seqüestrado sem alento, enfraquecido, não consegue caminhar, quer que o matem, desafia os guerrilheiro. Isso constitui-se em um problema para a guerrilha, que precisa dos seus reféns para a chantagem política ou para a extorsão financeira. Um seqüestrado que escute a mãe dizendo-lhe pelo rádio "Filho, te amo muito, estou te esperando", ou a mulher informando "Meu amor, nosso filho está crescendo", esse seqüestrado quererá viver."

Retirado da Entrevista Cedida à Folha de São Paulo, veiculado nesse site

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Nossos pulsos cerrados
nossos sonhos fechados
dominam nosso corpo,
e até nossa esperança é dosada
contada, para que não lhe custar
nem o refil de uma bala